A privacidade de dados é um dos assuntos mais importantes quando falamos de tecnologia. Proteger as informações e manter uma presença digital segura é fundamental tanto para o usuário quanto para a marca.
Atualmente, as regras do marketing digital são definidas por políticas de privacidade e códigos de conduta publicados pelos proprietários das marcas dos sites e aplicativos móveis. Além disso, alguns países, como o Brasil, já contam com pacotes de leis específicas para proteção de dados. Assim, a privacidade das informações dos usuários deve ser uma preocupação na hora de criar estratégias de marketing digital.
Por que todo mundo quer coletar dados?
A preocupação com o tratamento e com a segurança de dados surgiu porque muitas empresas querem coletar o máximo possível de informações de seus públicos. Mas por que exatamente todo mundo quer obter esses dados?
O ponto mais importante para responder a essa pergunta é a personalização. Uma das grandes vantagens do marketing digital é poder encaminhar conteúdos para as pessoas certas. Isso não é possível sem a coleta de dados que permitem segmentar o público: faixa etária, escolaridade, interesses, área profissional, entre outras informações importantes.
Ao investir no direcionamento de conteúdos cada vez mais personalizados, as empresas conseguem atrair mais pessoas e aumentar o número de leads no funil de vendas. Quanto mais específico é o conteúdo para o usuário, maior a chance da conversão.
Logo, a busca por dados é estratégia para aumentar as oportunidades de negócio. A princípio, coletar informações sensíveis pode não ser um grande problema. Mas quanto mais os usuários são investigados, mais as empresas podem adotar estratégias invasivas.
Pense bem: você se sentiria confortável recebendo mensagens de empresas que você nem conhece no WhatsApp? Provavelmente não. E isso acontece porque o seu número de telefone é um dado bastante pessoal.
O respeito à privacidade de dados pode ter parecido uma questão moral no começo da discussão, mas a evolução de recursos como Big Data e Inteligência Artificial tornou necessária a criação de regras específicas para garantir a segurança dos usuários.
LGPD: Lei Geral de Proteção de Dados
A LGPD ou Lei Geral de Proteção de Dados foi sancionada pelo presidente Michel Temer em 2018, após oito anos de discussões e deliberações. A lei determina obrigações para as empresas sobre coleta, armazenamento, tratamento e compartilhamento de dados pessoais. A LGPD entrou em vigor em 2020, com multas a partir de 2021. Com isso, o Brasil entrou para a listagem dos 120 países que têm legislação específica para proteger informações sensíveis.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a LGPD cuida não só dos dados coletados online, mas também offline. O objetivo é permitir que as pessoas tenham mais controle sobre as próprias informações.
O texto é extenso e bastante complexo, feito para abranger o máximo possível de situações. Por isso, se você quer entender todos os pormenores da lei, o ideal é buscar por orientação jurídica para não errar na interpretação.
Política de privacidade
Um dos pontos mais importantes que a LGPD afetou foi a política de privacidade. Este texto vai trazer todas as informações relevantes para que o público compreenda todas as medidas e práticas de segurança de dados.
Cada empresa fornece a seus usuários um conjunto de opções de privacidade quando eles ingressam em seu serviço, que variam de poder optar por não receber determinados recursos, tornar a coleta de dados opcional, até mesmo permitir que as empresas coletem dados na linha do tempo do usuário.
Entre esses extremos, no entanto, algumas regras são um tanto nebulosas e muitas empresas menores ou pequenas empresas ainda usam táticas dissimuladas para obter informações pessoais das pessoas. Assim, se a sua empresa de fato busca proteger a privacidade de seus clientes, é preciso ter compromisso com a transparência e esclarecer quais dados serão coletados, de que forma e com que finalidade.
Desafios do marketing digital com a privacidade de dados
O termo “privacidade de dados” ainda é bastante genérico e pode significar qualquer coisa, desde as maiores corporações até pequenas empresas e indivíduos. Apesar disso, é fato indiscutível que tanto a legislação quanto os próprios consumidores estão cada vez mais de olho na gestão de dados sensíveis. Tudo isso gera novos desafios para as estratégias de marketing digital.
O principal é a priorização da atração orgânica, ou seja, a captação de usuários realmente interessados no que sua empresa tem a oferecer. É preciso estimular as pessoas a compartilhar dados de forma voluntária para de fato se conectar com a sua marca.
Além disso, é preciso melhorar o próprio posicionamento para conseguir mais visibilidade. Isso significa criar conteúdo com assuntos do momento, aplicar estratégias de Search Engine Optimiztion (SEO) no site e desenvolver materiais relevantes para o público que você deseja atingir.
Tudo isso pode trazer um impacto muito positivo: a geração de confiança. Ao criar e distribuir conteúdos de forma não-invasiva, você pode educar o mercado e fazer as pessoas se interessarem naturalmente pela sua marca, o que cria uma relação de confiança ao compartilhar as informações pessoais com sua empresa.
O problema das leis e da segurança de dados
Com tantas transformações tecnológicas acontecendo ao mesmo tempo, um dos maiores desafios da era dos dados é manter-se atualizado. Mesmo com as frequentes mudanças na LGPD, é praticamente impossível ficar à frente das novidades.
A verdade é que não conseguimos criar leis de proteção de dados no mesmo ritmo em que surgem novas possibilidades de coletar informações do público. Com isso, muitos aspectos do gerenciamento e do compartilhamento de dados ainda estão em uma área cinza, o que pode (e vai) gerar problemas no futuro.
No âmbito do marketing digital, o que podemos fazer é tomar cuidados com a maneira como trabalhamos com os dados do nosso público. Deixar de proteger as informações dos usuários significa quebrar a confiança com o consumidor e prejudicar a imagem da marca.
E falando em quebra de confiança, você ficou sabendo da polêmica do McPicanha e do Whopper de costela? Entenda os problemas que fizeram o McDonald’s e o Burger King viralizarem de forma muito negativa nas redes sociais.