Quando você pensa em um marketing digital incrível, o que vem à sua mente? O mercado está repleto de marcas bem sucedidas, mas sempre tem aquelas que se destacam por criar experiências marcantes. Pode ser a linguagem, o design, o atendimento, a interação com o público ou a criação de campanhas, por exemplo. Há vários detalhes que fazem uma estratégia de marketing digital ser bem sucedida e podemos aprender muito com grandes marcas que atuam no Brasil.
Conheça as características do marketing digital das marcas Nubank, Netflix, Magazine Luiza e Ponto:
1. Nubank
Fundada em 2013, em poucos anos a Nubank provou a que veio, se destacando em um mercado de grandes competidores. Seu propósito de combater a burocracia e os juros altos, aliando tecnologia e praticidade, não são seus únicos diferenciais. Um dos grandes segredos dessa startup está na sua estratégia de marketing.
Sua primeira estratégia foi adequar a linguagem à fala popular, mais moderna, bem-humorada, tornando mais acessível o diálogo sobre finanças. Isso tornou a marca mais humana, gerando proximidade com os consumidores e empatia.
Tendo conhecimento de quem é seu público, pessoas ligadas à tecnologia e que buscam praticidade, a Nubank deu preferência para a internet em detrimento de outros canais. E sua atuação nas redes sociais se tornou muito marcante. A marca é um grande exemplo de Marketing 4.0.
A Nubank também sempre foi sincera quanto às suas ambições e seu interesse em conquistar o mercado. Ao acompanhá-la nas redes, inclusive, é possível ver quem são as pessoas envolvidas nessa startup e até os bastidores da produção de cartões. Detalhes que aproximam o público da empresa, pois ele se sente parte do todo.
Em outro de seus posts, por exemplo, a empresa ressaltou um de seus valores ao mesmo tempo em que se aproximou dos fãs de Star Wars, ao mostrar seus colaboradores vestidos como personagens. Na legenda: “Nesta imagem, vemos nossos heróis tramando para trazer o fim da burocracia no Império.”
Para ressaltar suas diferenças em relação aos concorrentes, que cobram taxas para realizar transferências via TED, a Nubank lançou como produto um urso de pelúcia, chamado Ted. Ele tinha o mesmo custo da taxa mais alta cobrada pelas transferências em bancos tradicionais no Brasil, R$19,05. Na sequência de posts, o Ted ainda foi levado para alguns passeios, mostrando o que era possível comprar com esse mesmo valor.
Outra estratégia de humanização e aproximação com o público está no cuidado com o cliente, visando uma boa experiência. Você se lembra da cadela Belinha que comeu o cartão de crédito do seu dono?
Quando a Nubank leu essa história na página do Facebook "Catioro Reflexivo", sua resposta foi enviar um novo cartão, acompanhado de uma carta escrita à mão e um presente pro cachorro. “Esperamos que a Belinha tenha adorado o nosso presente e que não precise mais comer roxinhos por aí!”, escreveu. Essa ação, por mais simples que fosse, demonstrou carinho e viralizou na internet.
2. Netflix
No início de 2020, a Netflix já valia cerca de US $160 bilhões e mais de 17 milhões de assinantes só no Brasil. A empresa como streaming tem pouco mais de dez anos e um dos grandes segredos está no seu produto. Além de disponibilizar conteúdos audiovisuais de outros estúdios, a marca também produz filmes e séries originais.
Com os anos, suas produções ganharam relevância, contando com grandes profissionais do mercado. Essa excelência faz com que as estreias sejam aguardadas pelos fãs e a crítica também se faz presente.
Milhares de assinantes maratonam as séries, discutem as histórias nas redes sociais e as indicam para outras pessoas. O público é fidelizado e o produto chama atenção a ponto de conquistar espaço na mídia.
Mas talvez a Netflix não tivesse chegado onde está hoje se não fossem suas estratégias de marketing digital. A empresa investe em marketing de conteúdo, com blogs e newsletter, além de ter um excelente engajamento nas redes sociais. Ela promove e cria conteúdos sobre seus produtos, como, por exemplo, o quadro “É pro meu TCC”, que analisa os filmes e séries da marca.
Sua linguagem é moderna e autêntica, compatível com o público jovem. Sempre atenta ao timing, não é incomum que a marca brinque com os assuntos do momento, seja um meme ou notícias recentes. A marca também se destaca pelo bom relacionamento com outras marcas. Quem não viu as boas-vindas dadas à Disney Plus quando lançou sua plataforma de streaming? A conversa gerou interação também com outras empresas do mercado.
A Netflix se destaca também por ser muito clara em seus posicionamentos, como na defesa da diversidade social. Essas atitudes geram identificação e agregam valor à marca.
A marca ainda é conhecida como um exemplo em atendimento ao cliente, sempre empática e bem humorada. Ela conhece bem seu público-alvo, escuta os problemas que enfrentam com a plataforma e até fora dela. Um caso que viralizou na internet foi o atendimento personalizado a um fã de Star Wars.
3. Magalu
A empresa, que começou como um armarinho em 1957 no interior de São Paulo, hoje é reconhecida mundialmente pela sua gestão empresarial. Em 2016, vendo o potencial das vendas online, a marca investiu em uma grande transformação digital.
Um time de centenas de funcionários trabalham empenhados na criação de novas tecnologias e estratégias de marketing que aproximem a marca do cliente, melhorando sua experiência. Sua Brand Persona se tornou a mais famosa do Brasil e uma referência como influenciadora virtual, a Lu do Magalu.
Essa animação 3D conquistou o público no site, na TV e, claro, nas redes sociais. Ela tem personalidade, voz própria, opiniões e está sempre atenta às tendências. Quem não viu seu vídeo de troca de roupas que viralizou no Tik Tok?
A Lu não está apenas nas redes sociais, em contato direto com as buyer personas, alimentando o relacionamento. Ela tem blog, grava vídeos, podcasts, tira dúvidas dos clientes e trás novidades sobre produtos.
A Lu se tornou a cara da marca. Ela não só atraiu milhões de seguidores, como tornou o Magazine Luiza a primeira varejista do mundo a ter 1 milhão de inscritos no Youtube.
Para o marketing do Magalu, o storytelling foi o grande diferencial. A Lu conta histórias, se emociona, se posiciona em questões relevantes, gera empatia e engajamento. Porque o que ela conta, mostra e faz nas redes sociais é marcante. A Lu pula carnaval, comemora e chora com a Seleção Brasileira, faz tarefas domésticas, tem momentos de lazer, e até foto com celebridades ela tem.
Quem acompanha, vê uma influencer virtual, que “mostra seu dia a dia”, como se fosse uma pessoa real. Ao mesmo tempo, ela faz propaganda dos produtos, indicando como comprar o que ela está usando nas imagens. Com certeza a marca ganha muito no quesito criatividade e humanização.
4. Ponto
Sim, as redes sociais fazem muita diferença nos negócios, e o Ponto Frio, que agora é só Ponto, é um incrível caso de sucesso para demonstrar isso. A rede varejista é hoje uma empresa exemplo de boa gestão e resultados obtidos através da rede social.
Guilherme Perez, Coordenador de Marketing da Nova Pontocom, afirmou que, em 2022, os ganhos da empresa com ações integradas no Twitter e Facebook atingiram a bagatela de 20 milhões de reais. Este é o maior faturamento de ações integradas em redes sociais já declarado por uma marca no Brasil até hoje.
Qual o segredo?
O que o Ponto Frio faz é o que toda empresa deveria fazer nas redes sociais: conversar e interagir. A marca criou o personagem Pin, um pinguim que já ganhou os consumidores. Na página, é ele quem conta seu dia a dia, fala como andam as coisas na Vila das Neves, deseja um “Pontia” de manhã e convida os fãs a curtir as ofertas “Pincríveis!”. As respostas nos comentários são sempre para o Pin, as pessoas enxergam de fato o personagem ali.
Extremamente carismático, Pin tem seus fiéis seguidores que passam a seguir a página apenas para saber o que ele irá aprontar e, consequentemente, acabam recebendo as ofertas da loja. A estratégia de utilizar memes da comunidade gera valorização do público, aproximando o personagem de seus seguidores. Pin aparece como apenas um dos usuários da plataforma, que está lá comentando os assuntos em alta e interagindo com outros usuários, ao mesmo tempo que valida a participação dos usuários.
Conversas entre a rede e outras empresas ocorrem com frequência. Primeiro vem a interação, e em segundo plano a publicidade gerada por tudo isso.
O resultado é um volume de vendas na casa dos 20 milhões gerado por esta “brincadeira” na rede. O Pin já virou até tema de TCC.